“A vontade de Deus é que no casamento, homem e mulher alcancem uma profunda união em todas as áreas de suas vidas, inclusive financeira”
Ao descobrir que o marido havia deixado de herança uma grande dívida, o que poderia separá-la dos filhos, uma viúva aflita procurou seu pastor. O marido fora um servo de Deus, mas suas decisões erradas puseram a família nessa grave situação.
O pastor aconselhou a mulher a reunir os filhos para orarem, a colocarem os recursos que tivessem diante de Deus e se disporem a agir. Através da obediência deles, o Senhor operou um milagre, providenciando mais do que haviam pedido. Então o pastor disse à mulher que pagasse toda a dívida e o resto fosse usado para o sustento da família. Essa história foi baseada em 2 Reis 4.1-7, mas isso não significa que fatos semelhantes não ocorram em nossos dias. A vontade de Deus é que no casamento, homem e mulher alcancem uma profunda união em todas as áreas de suas vidas, inclusive financeira.
O sucesso de um relacionamento matrimonial não requer que os cônjuges se anulem, mas depende da disposição deles de investirem em sua união, de caminharem juntos, deixando que o Senhor os transforme em uma só carne. Tenho observado que a administração financeira afasta os casais, gera mais desentendimentos do que harmonia. Os cônjuges discordam sobre a esposa trabalhar fora; disputam o controle das finanças; se acusam quando falta dinheiro; discutem porque cada um gostaria de ter uma dose maior de autonomia para gastar seu salário. Eles elegem o dinheiro como o grande problema da família, não admitindo que o que está faltando é amor, o amor que não busca os seus próprios interesses. “[…]
“Toda casa dividida contra si mesma não subsistirá”. (Mateus 12.25.) O casamento é um desafio e um convite à maturidade. Cuidar das finanças também. Ambos requerem responsabilidade e comprometimento. Há pessoas que estão com uma visão errada do casamento, privilegiando a individualidade e rejeitando a unidade que Deus deseja, o que abre portas para o conflito. Em uma pesquisa encomendada pela revista americana Forbes, 31% dos entrevistados afirmaram que mentem para os parceiros sobre dinheiro. É um resultado preocupante, mas que confirma a falta de entendimento dos casais. Esse tipo de comportamento atinge diretamente a relação, mas mesmo quando os cônjuges não vivenciam situações como essa, só o fato de haver uma crise financeira desgasta e expõe a união a um grande risco de rompimento.
Há condutas muito comuns que são danosas ao relacionamento, tais como: contrair dívidas e fazer compras sem o conhecimento do outro; esconder do parceiro o quanto se ganha; elaborar o controle financeiro, sem permitir que o cônjuge tenha acesso aos dados; não colocar o outro a par de investimentos e direitos a receber; gastar parte do salário com seus desejos impedindo que o parceiro faça o mesmo; manter contas bancárias separadas; dividir a responsabilidade pelo pagamento das contas, mas com cada um cuidando apenas da sua arte.
Durante uma crise financeira, o casal precisa manter-se unido, o que será um grande testemunho para os filhos. Ainda que a crise tenha sido motivada principalmente pela decisão errada de um dos cônjuges (geralmente do homem), num momento como esse a esposa deve ter uma atitude sábia e amorosa, colocando-se ao lado do marido incondicionalmente. Esse apoio é fundamental para aquele que já está abatido pelo fracasso. Estando em crise financeira os casais devem: orar juntos e orarem com os filhos (espera-se que cada cônjuge tenha sua vida devocional, mas o casamento requer o desenvolvimento de uma espiritualidade comum). Procurar conselho com pessoas piedosas e tementes a Deus (com os pais, pastores, líderes, irmãos na fé). Confiar e consagrar tudo o que têm ao Senhor, obedecendo fielmente à sua direção (pessoas endividadas costumam esperar por uma solução rápida, mas talvez o plano de Deus seja gerar aprendizado e crescimento, o que pode levar algum tempo). Priorizar o pagamento da dívida quando tiverem os recursos (algumas pessoas retardam a quitação das dívidas, por não abrirem mão de continuar a satisfazer seus desejos). Amado, considerai isso: Deus não quer que o seu povo viva atormentado e nem seja destruído pelas crises financeiras, mas a realidade é que a dívida habita na maioria dos lares. E àqueles que não estão debaixo desse jugo, digo: estejam atentos e sejam diligentes para que não vos sobrevenha coisa semelhante.
O Senhor abençoe você e toda a sua casa!
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