Socorro, tenho filhos adolescentes!

porEdificando Um Novo Lar

Socorro, tenho filhos adolescentes!

Socorro, tenho filhos adolescentes!

“Faz-se necessário, então, compreender o que está acontecendo, buscando fazer as devidas correções de rota, para que não percam o rumo nesta jornada de levar os filhos à maturidade”

“Socorro… Tenho filhos adolescentes!” Esta frase sugere pais de adolescentes em grandes dificuldades, podendo chegar à angústia e ao desespero – não sabendo o que fazer. É preciso se acalmar buscando conhecimento sobre essa fase de desenvolvimento do ser humano. Antes de qualquer coisa vale ressaltar que a adolescência, que tem início por volta dos 11 aos 13 anos e se estende até os 18 a 21 anos, é precedida pela infância. A infância é o tempo em que os pais devem se valer para o preparo espiritual, emocional e social de seus filhos, com vistas às fases seguintes. Todo edifício tem como início na sua edificação, os alicerces – que exigem muito esforço, diligência, discernimento e sabedoria. Quando as bases estão sólidas, erguer as paredes e colocar o telhado (adolescência) fica mais fácil. A idade adulta pode ser ilustrada pelo acabamento e decoração desta casa, que estará estruturada, segura e bela, compondo o cenário da sociedade. Entretanto, muitos pais desperdiçam os dez primeiros anos de vida de suas crianças, deixando de fazer os devidos investimentos de tempo, afeto, ensino e correção.

Assim a adolescência de seus pimpolhos os assalta com comportamentos assustadores, reações inesperadas, relações conflituosas – uma verdadeira crise. Faz-se necessário, então, compreender o que está acontecendo, buscando fazer as devidas correções de rota, para que não percam o rumo nesta jornada de levar os filhos à maturidade. A adolescência é marcada por transformações significativas no campo social – o grupo ganha mais significado do que a própria família – a imagem de pais heróis e perfeitos é desconstruída. O adolescente busca se firmar como um ser independente, ainda que dependa dos pais. Neste momento se estabelece um conflito, pois, se mostrando como dono da verdade e colocando em xeque a bagagem e posição dos pais, ao mesmo tempo, este ser que não é criança nem adulto, sente necessidades de limites, direcionamento e proteção. Devido à revolução hormonal que passa a experimentar, torna-se mais desajeitado (cresce de uma hora para outra) e inquieto, com muita energia a ser gasta, o que o faz buscar diversas atividades, especialmente ligadas ao grupo.

No físico, as transformações são notórias, caracterizadas pela puberdade, que denuncia a maturação sexual. Mocinhas e rapazinhos se vêem às voltas com a pele impregnada pela acne e com as mudanças próprias de cada um. Tais mudanças podem levar ao surgimento da timidez e uma introspecção maior. O interesse pelo sexo oposto aparece de maneira inconstante. A paixão que hoje queima o coração, amanhã desaparece como pétalas ao vento. As fantasias são intensificadas e parece que este ser em transição está sempre no “mundo da lua”. As emoções ficam mais afloradas, podendo apresentar crises de choro e certo descontrole. Quanto ao desenvolvimento cognitivo, mudanças extraordinárias ocorrem, levando o adolescente ao aumento das operações mentais, melhora da qualidade no processamento de informações e da modificação dos processos de pensamento que levam à formação da consciência.

As habilidades para áreas específicas do conhecimento passam a dar sinais mais evidentes e o desinteresse por tarefas rotineiras aumenta. Todas estas mudanças descritas se constituem num momento importante para a estruturação da identidade do sujeito. Assim, a adolescência pode ser vivida em família como um processo normal, bonito, construtivo e inspirador.

Pra. Iara Diniz

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Sobre o Autor

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